O Santo Transgressor

SÃO JOSÉ – Livro do P. Mauro

Ninguém como ele “transgrediu” tão frontalmente a Lei de Deus! Transgrediu-a em dano próprio, mas em benefício de alguém muito querido. E de Alguém (usamos, intencionalmente, o “A” maiúsculo) que ele não tinha noção clara de quem era. Era-lhe Alguém e isso lhe bastava! Nem sabemos se, em sua caminhada terrena, teve noção nítida da magnitude, da estatura moral desse Alguém. E foi transgressor, não para beneficiar-se a si mesmo, como fazemos ao pecarmos.

Mesmo assim, ele não deixou marca alguma de pecado ao transitar por este mundo. E, ao transgredir a Lei de Deus em benefício dos dois “Alguéns”, ele se prejudicou pessoalmente.  Tinha consciência de ser “transgressor”, de estar violando a Lei de Deus que tanto amava. E, ao transgredir a Lei, além do mais, provavelmente ele passou a ser motivo de chacota, de gozação entre os amantes de humor chulo e vulgar, se não, até mesmo dos chamados “beatos” e “beatas” que, em nome de pretenso amor à verdade e à decência, se dão ao direito de vilipendiar o próximo.

Mais uma vez: ele transgrediu a Lei de Deus ciente que seria tido como o “bobo da corte” por não saber valorizar o suor de sua fronte, e por não saber “tirar a barriga da miséria”, nem “lavar a sua honra”. Mais: por não saber aproveitar a ocasião de ser admirado como “o zeloso”. E, para escândalo dos “santarrões de plantão”, não sabia dar bom exemplo, de lutar pela “moralidade pública”.

Ninguém como ele deixou marcas tão indeléveis ao transitar por este mundo, pegadas no chão fugaz da vaidade terrena, amada pelos fúteis. Passou por estes páramos como que flutuando. Entretanto, mais do que os vestígios de seus pés, deixou rastros indeléveis em tudo e em todos. Quantos lugares de encontro fraterno e de celebrações estão sob a sua égide. Quantas localidades, maiores ou menores, se arrimam em sua forçura. Quantas pessoas, mais ou menos explicitamente, assumem o seu nome como sinete marcado pelo fogo do amor e da admiração e a ele querendo se identificar ou se espelhar.

Pelo que sabemos, ninguém como ele, neste mundo, falou tanto, sem abrir a boca. Em silêncio ultra-eloqüente, criou escola de profundo saber, mas não da sabedoria que pode ser colocada, indiferentemente, tanto ao serviço do bem como ao do mal. Trata-se da que plasma heróis nem sempre identificados como tais, embora a todos sobrepuje; são os que se abrem ao bem, à fraternidade. E quantos, sob a iluminação de nosso Personagem, atingiram os mais altos pícaros da perfeição!

Também temos pressa para que o Herói seja apresentado. E a simples apresentação dispensará ulteriores encômios: “cessa tudo o que a antiga Musa canta, que outro valor mais alto se alevanta”.

Estamos falando de S. JOSÉ, o padroeiro da Igreja, o que tem seu nome a especificar tantas localidades, a marcar tantas pessoas que, explícita ou implicitamente, como ele são assim identificadas. Falamos do Santo que tem guarida segura no coração de todo católico: S. JOSÉ.

A primeira paróquia que assumimos é a ele dedicada. Referimo-nos à Paróquia S. José e Nossa Senhora das Dores, Rio de Janeiro. É certo que ambos sempre nos foram luzes e pistas. Mas, a partir de então, passamos a refleti-los com maior profundidade. Por isso, há algum tempo, publicamos uma obra dedicada a Nossa Senhora das Dores. É assim que, com tantos corações ternos à Virgem, nós, passionistas, a invocamos. Referimo-nos ao livro “As Dores de Maria e as Marias das Dores”.

Agora, dentro de dias saldaremos grata dívida: a Editora A Partilha publicará o trabalho que escrevemos mais com o coração: SÃO JOSÉ – UMA IDENTIDADE REVELADA NA SAGRADA ESCRITURA.

O Pe. Alcides nos pediu que apresentássemos brevemente a obra. Fazemos, não sem certo constrangimento, contudo no espírito mais divulgar a devoção ao Santo, assim como a jaculatória que nos acompanha desde a nossa infância: JESUS, JOSÉ E MARIA, ESTEJAM SEMPRE EM MINHA COMPANHIA.

Que S. José seja mais conhecido e melhor imitado!

   Pe. Mauro Odoríssio, CP