Parte do discurso do Papa Francisco na Universidade Católica do Equador, no dia 07/07/2015
As comunidades educativas têm um papel fundamental, um papel essencial na construção da cidadania e da cultura. Cuidado, não basta realizar análises, descrições da realidade; é necessário gerar as áreas, espaços de verdadeira pesquisa, debates que gerem alternativas para as problemáticas especialmente de hoje. Como é necessário ir ao concreto!
Perante a globalização do paradigma tecnocrático que tende a «crer que toda a aquisição de poder seja simplesmente progresso, aumento de segurança, de utilidade, de bem-estar, de força vital, de plenitude de valores, como se a realidade, o bem e a verdade desabrochassem espontaneamente do próprio poder da tecnologia e da economia» (LS 105), hoje a vós, a mim, a todos, é-nos pedido, com urgência, que nos animemos a pensar, a debater sobre a nossa situação atual. Digo urgência de que nos animemos a pensar sobre qual cultura, sobre o tipo de cultura que queremos ou pretendemos não só para nós, mas também para os nossos filhos e nossos netos. Esta terra, recebemo-la como herança, como um dom, como um presente. Far-nos-á bem interrogarmo-nos: Como queremos deixá-la? Qual é a orientação, o sentido que queremos dar à existência? Com que finalidade passamos por este mundo? Para que lutamos e trabalhamos? (LS 160). Para que estudamos?
As iniciativas individuais são sempre boas e fundamentais, mas é-nos pedido para dar um passo mais: animar-nos a olhar a realidade organicamente e não de forma fragmentária; a fazer perguntas que nos envolvam a todos, uma vez que «tudo está interligado» (LS 138). Não existe direito à exclusão.
Como Universidade, como centros educativos, como professores e estudantes, a vida desafia-nos a responder a estas duas perguntas: Para que precisa de nós esta terra? Onde está o teu irmão?