Jejum e abstinência

Atualmente só há dois dias de abstinência de carne e jejum, a saber: a Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa. A obrigação de jejuar vai desde os dezoito anos completos até os cinqüenta e nove completos. Quanto à abstinência, começa aos quatorze anos e vai até o fim da vida. Como se observa, ambas as práticas estão ligadas à Paixão e Morte de Jesus Cristo (início da quaresma e sexta-feira santa).

Nos dias de jejum pode-se tomar uma refeição completa; antigamente isto era feito no fim do dia; atualmente, ao meio dia. Além do que, é lícito comer alguma coisa duas outras vezes por dia.

O fiel católico não deve fazer da prática do jejum uma mera formalidade. A prática do jejum, como também a oração, nos abre para DEUS, para sua Palavra e assim nos ajuda a sermos mais justos e solidários com os mais necessitados. É preciso se lembrar das pessoas que passam fome. O jejum nos ajuda a ser melhor e a amar mais.

A abstinência de carne é observância freqüente nas religiões antigas. O cristão a pratica por motivo de penitência e mortificação, pois a carne é considerada um alimento forte e excitante. Por isso, a fim de educar a vontade, muitas vezes dominada pelos instintos descontrolados, o cristão se priva desse alimento.

O católico, segundo uma antiga tradição, pode comer peixe em dia de abstinência. Vejamos três motivos: 1º – Jesus derramou seu sangue na cruz. Então, em dia de abstinência de carne não se come carne de animal que ao morrer derrama sangue, como acontece com boi, porco e galinha. 2º – Na pesca milagrosa e na multiplicação dos pães, peixes são oferecidos pelo próprio Jesus como alimento. Assim sendo, este alimento passa a ter um valor afetivo tão forte para os cristãos que não entra na obrigação do jejum. 3º – Os primeiros cristãos se identificavam por um desenho de peixe. Nas escavações onde era encontrada a figura de um peixe, os cristãos ali identificavam um lugar onde tinha acontecido algo importante na vida de Jesus. Em grego, a palavra “peixe” é “ictüs” de cujas 5 letras os primeiros cristãos gregos e romanos faziam um lindo acróstico definindo a verdadeira identidade de Cristo Jesus:  ictüs = i – Iesus; c – Cristo; t – Teú = de Deus; ü – üós = Filho; s – Soter = Salvador, formando a frase = Jesus, Filho de Deus, Salvador. Dessa vez, o peixe passa a ser um símbolo dos próprios cristãos e, portanto, não precisa ser excluído da alimentação em nenhum dia.

Ácribós = Acuradamente

Texto de Pe. Mauro Odorissio, CP

Antes de iniciar propriamente o texto do seu Evangelho, em linguagem acurada, elegante e demonstrando estar livre das fontes que usará no corpo do seu livro, Lucas escreve que investigou tudo “acuradamente”: “ácribós” em grego (Lc 1,14). A partir de Lc 1,5ss, o texto original cai de qualidade. É sinal que o Autor se adaptou, foi fiel às fontes que tinha em mãos.

Não pretendo abordar a árdua, mas interessante questão. Apenas adianto que, a partir da primeira semana de dezembro, iniciaremos o chamado Ano Litúrgico C, quando se usará preponderantemente, na liturgia, o texto do IIIº Evangelho. É importante, então, que dediquemos uns instantes de reflexão para que o texto sagrado seja melhor e mais aprofundadamente acolhido, de modo especial durante o ano litúrgico prestes a começar. Continue lendo “Ácribós = Acuradamente”

Vida e santidade

Texto de P. Alcides Marques, CP

Não sei se você sabia, mas a oração eucarística III é a mais ecológica de todas. Ecológica no sentido de destacar o valor divino da criação. Muitas vezes, passa despercebida a originalidade de cada uma das orações eucarísticas. É por isso que é sempre bom estudá-las para descobrir a riqueza que se esconde (ou se revela) nelas. O nosso querido Dom Helder Câmara é quem falava deste aspecto da oração eucarística III. E será este o nosso objetivo: desdobrar o seu significado ecológico. Note que a oração eucarística vai além deste significado. Continue lendo “Vida e santidade”

Semana Nacional da vida – 01-07/10

A semana nacional da vida acontece de 01 a 07 de outubro de 2018. Já o dia 08 de outubro é o dia do nascituro.

De acordo com o bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, Dom João Bosco Barbosa, uma família bem constituída é uma escola de defesa da vida. “Devemos incentivar todo o respeito pela vida desde a concepção até o seu fim natural. Vida é Dom de Deus e a Ele pertence, direito humano que não pode ser negociado”.

Outubro, mês das missões

O mês de outubro é dedicado à conscientização sobre o significado e a importância da missão. Todo cristão é, ou deveria ser, sempre missionário: ir ao encontro do outro para anunciar Jesus Cristo e os valores cristãos. A missão cristã não é outra senão a mesma missão de Jesus: o reino de Deus e sua justiça. O mês é missionário porque logo no dia 1º celebramos a festa de Santa Teresinha do Menino Jesus, a padroeira das missões.

O tema do mês missionário é: “enviados para testemunhar o Evangelho da paz” com o lema: “vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). O dia Mundial das Missões é celebrado no penúltimo final de semana (20 e 21/10).

Este mês é particularmente rico em festas litúrgicas: Santos Anjos da Guarda (02); São Francisco de Assis (04); São Benedito (05); N. Sra. do Rosário (07); N. Sra Aparecida (12); São Lucas (18); São Paulo da Cruz (19); Santo Antonio Santana Galvão (25); São Simão e São Judas (28). No dia 14/10, teremos a canonização de Paulo VI e de Oscar Romero.

Mês de Setembro

O mês de SETEMBRO é o mês da Bíblia.

Todos os anos, meses e dias são da Bíblia, no sentido de que a leitura ( estudo e meditação) bíblica deve acontecer sempre. O mês especifico existe para chamar a atenção para a Bíblia.  O objetivo é nos ajudar a assumir um compromisso cada vez mais intenso com a Palavra de Deus. Não apenas pela simples leitura, mas pela busca de uma leitura orante da Palavra. E, sobretudo, por uma atitude constante da escuta da Palavra.

O mês de setembro foi escolhido porque no dia 30 deste mês celebramos a festa de São Jerônimo, que foi o primeiro tradutor da Bíblia para uma outra língua, no caso o latim, com o objetivo de mais facilmente divulgar a Palavra de Deus. Continue lendo “Mês de Setembro”

Ensina-nos… E assim teremos um coração sábio

Texto de P. Mauro Odorissio, CP

Em si, o provérbio é um tratado que, em poucas palavras, condensa grande sabedoria. Assim alguém, dotado de argúcia, leu a natureza e a sintetizou na breve sentença: “natura non facit saltum” (a natureza não dá salto). Realmente, as leis que a regem são suaves, embora nem sempre facilmente entendidas. Foi o que senti, no início deste dia, ao recitar o Sl 90[89]. No versículo 12 está a súplica que encabeça este artigo. Pode parecer esdrúxulo, mas o mundo que de per si é harmonia (kosmos), como há milênios chamaram-no os pensadores gregos, precisa de pessoas que tenham corações sábios. Continue lendo “Ensina-nos… E assim teremos um coração sábio”