Eu sou a verdade

Texto de P. Alcides Marques, CP

Estamos vivendo numa época em que constantemente estamos ouvindo pessoas ou grupos afirmando direta ou indiretamente que são possuidores da verdade, como se dissessem “eu tenho a verdade” e a verdade está comigo e não com os outros. Como são tantas as pessoas, ficamos com a impressão de que cada uma delas possui a sua verdade. Em meio a esse emaranhado de propostas, o Evangelho de São João apresenta Jesus dizendo “eu sou a verdade”; não, eu tenho a verdade. Continue lendo “Eu sou a verdade”

Amor de Deus, amor de mãe

Texto de P. Alcides Marques, CP

O pensador Erich Fromm tem uma obra chamada “a arte de amar”. Ao falar do amor materno, o autor especifica a qualidade deste amor: é um amor incondicional; a mãe ama o seu/sua filho/a simplesmente por ser o “seu” filho e não porque atende esta ou aquela expectativa. É claro que a mãe também tem expectativas em relação aos seus filhos, mas estas expectativas não irão condicionar o seu amor. Nos presídios, a maioria das visitas são de mães. Uma mãe poderia dizer o seguinte: eu amo o meu filho porque eu não saberia como não o amar. Continue lendo “Amor de Deus, amor de mãe”

Bazar da Paróquia 10-11/05

Nos dias 10-11/05, tivemos o segundo bazar beneficente de nossa paróquia, desta vez também com pastel e refrigerante. Roupas novas e semi-novas, masculinas e femininas. O bazar tem obtido uma ótima acolhida de nossos paroquianos e amigos/as. Aguardem os próximos…


A páscoa de ontem, de hoje e de amanhã

Texto de P. Alcides Marques, CP

“A páscoa não é só hoje, a páscoa é todo dia!” Provavelmente, você já ouviu este canto no tempo pascal (do domingo da ressurreição até pentecostes). É um canto realmente bonito e exprime algo de muito importante na vida cristã: o reconhecimento da dimensão pascal de nossa existência. A páscoa aconteceu, acontece e acontecerá.

Os discípulos de Jesus tiveram o que se pode chamar de experiência do Ressuscitado, ou seja, viram mesmo o Senhor Ressuscitado. As narrações bíblicas do Novo Testamento deixam bem claro que os primeiros cristãos acreditaram na ressurreição de Cristo, não porque encontraram o sepulcro vazio, mas porque viram o Senhor Ressuscitado. Não por uma razão negativa (ausência do corpo), mas positiva (presença plena, completa, revelada). O mundo da morte não venceu Jesus. Tentou, mas não venceu! Continue lendo “A páscoa de ontem, de hoje e de amanhã”

Páscoa de Cristo

A quaresma está terminando. Mais precisamente, termina na Quinta-feira Santa antes da missa do Lava-pés e da Instituição da Eucaristia. A partir daí começamos o tríduo Pascal, o ponto central do ano litúrgico.

A morte e a ressurreição de Cristo estão entrelaçadas num mesmo mistério de redenção e salvação. Na cruz, a vitória do amor. Na ressurreição, a vitória da vida. Quem ama, dá a vida. Quem vive, ama.

A celebração litúrgica dos grandes acontecimentos da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo não é uma simples recordação de fatos passados, mas uma convocação para que estes mesmos fatos passados envolvam a nossa existência e caminhada de vida. É uma experiencia que ultrapassa a dimensão de tempo, pois passado e futuro se fazem presentes.

Feliz Páscoa!

A dinâmica de Jesus

Texto de P. Alcides Marques, CP

São Paulo Apóstolo, na carta aos Filipenses, apresenta a dinâmica de vida de Jesus Cristo. Tal dinâmica pode ser sintetizada em três palavras: desprendimento, encarnação e serviço. A vida toda de Jesus foi sempre desprendimento, encarnação e serviço. Falamos em dinâmica porque se refere a algo que põe em movimento (“dynamis” = energia, força) e que se faz presente de uma forma integrada; de tal forma que não pode separar estes três aspectos. A nossa reflexão tem como objetivo não só apresentar a dinâmica de Jesus, mas de contribuir para que cada um de nós tome consciência de que esta dinâmica deve fazer parte da vida de todos nós enquanto seguidores de Jesus Cristo. “Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus” (Fl 2,5). Continue lendo “A dinâmica de Jesus”

Necessidade, desejo e fraternidade

Texto de P. Alcides Marques, CP

As experiências humanas precisam ser entendidas o mais corretamente possível, uma vez que a maneira concreta como nós as entendemos pode sim impulsionar erros de avalição e assim criar a falsa sensação de frustração e fracasso. Não é à toa que falamos em “fazer tempestade em copo d’agua”.  Esse é o caso das experiencias de necessidade e desejo.

Em nosso cotidiano, tanto em relação a nós quanto em relação aos outros, nos debruçamos constantemente com as chamadas “experiências de espera”: eu espero (realizar, que aconteça) isso ou aquilo; o outro espera de nós isso ou aquilo. Mais concretamente: eu espero almoçar, fazer uma caminhada, visitar um amigo, ir ao médico etc. Observe, no entanto, que estas experiencias precisam ser entendidas de duas maneiras: ou como necessidade ou como desejo. Se eu (ou os outros) espero é porque está faltando, mas o que falta pode (desejo) ser realizado ou deve (necessidade) ser realizado. Continue lendo “Necessidade, desejo e fraternidade”

Liberdade como acontecimento

Texto de P. Alcides Marques, CP

É sempre cativante refletir sobre a questão da liberdade. Mais ainda em nossos tempos, em que a liberdade individual avançou em todas as direções, mas também trouxe uma imensa gama de desafios e preocupações. O que é mesmo liberdade? Somos realmente livres? O cristianismo ajuda ou atrapalha o caminho da liberdade? Abraham Joshua Heschel foi um dos maiores teólogos judeus do século XX e tem uma linha de reflexão bastante original. E é lógico que, profundamente enraizado na tradição bíblica. Continue lendo “Liberdade como acontecimento”

Cuidado com os santos!

Texto de P. Alcides Marques, CP

A nossa espiritualidade católica está muito marcada pela presença dos santos e santas de Deus. Falamos agora de santos em seu sentido convencional: os santos canonizados. Já é tradicional, pensar a nossa ligação com eles em três sentidos: a intercessão (quando pedimos algo por intermédio deles), a devoção (quando cultivamos práticas religiosas relacionadas a eles) e a imitação (quando buscamos em suas vidas uma inspiração para as nossas próprias vidas). Sem dúvida, a maior riqueza está no terceiro sentido: agir, se comportar, ser cristão, inspirados em seus exemplos de vida. No entanto, a nossa tendência de idealização dos mesmos pode mais prejudicar do que ajudar. Continue lendo “Cuidado com os santos!”