Pobreza espiritual: verdadeira liberdade

Texto de P. Alcides Marques, CP

Primeira bem-aventurança: “felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,3). Algumas traduções falam em “felizes os que têm o coração de pobre”. Espírito ou coração se referem à interioridade da pessoa. O pobre em espírito é “pobre” porque é interiormente livre. O pobre em espírito não é escravo de nada nem de ninguém. É livre para se defrontar com a verdade, “a verdade vos libertará” (Jo 8,32). É livre para amar, pois “é para a liberdade que Cristo vos libertou” (Gal 5,1).

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O Evangelista do ano

Texto de Pe Mauro Odoríssio, CP

Na liturgia, os anos se dividem em A, B e C. No primeiro se usa mais o texto do Evangelho de Mateus, nas missas. No seguinte, o de Marcos. No último predomina Lucas. João permeia espaços especiais. Assim, anualmente, em toda Quinta Feira Santa, só ele é proclamado por ser o único que relata o Lavapés (Jo 13,1-15). Essa organização vai propiciar crescimento espiritual se as passagens evangélicas forem bem refletidas, meditadas, assumidas.

27 de dezembro de 2011: na ocasião celebramos o 1º Domingo do Advento quando iníciou um novo ano litúrgico; mais precisamente, o Ano B que irá até o dia 25 de novembro de 2012, festa de Cristo Rei. Portanto, estamos em pleno ano dedicado a Marcos. O texto do IIº Evangelho nos acompanhará e enriquecerá nossos momentos celebrativos, reflexivos, orantes, confraternizantes e operantes. Que seja bem acolhido para nosso crescimento espiritual. Continue lendo “O Evangelista do ano”

Mansidão: leveza da vida

Texto de Pe Alcides Marques,CP

Segunda bem-aventurança: “felizes os mansos, porque possuirão a terra”. O manso, nesse caso, não se refere a uma pessoa conformada com qualquer situação ou alguém incapaz de reagir a quem quer que seja. Jesus não era um conformado. Ao contrário, a essência de sua proposta exigia mudança: “convertei-vos”. Também sabia reagir quando necessário, sobretudo para denunciar a falsidade e a injustiça: “ai de vós, escribas e fariseus hipócritas” (MT 23,13).

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Deus que fala

Texto de Pe Mauro Odoríssio, CP

Ao ridicularizar a idolatria, as Escrituras dizem que os ídolos têm boca e não falam, têm ouvidos e não ouvem, têm olhos e não vêem (Sl 115/113B,4ss). O Senhor, ao contrário, é um Deus que fala. Ao falar, dirige-se a todos, em qualquer lugar, sempre e das mais variegadas maneiras. E o faz para ser ouvido, para estabelecer um diálogo santo e santificador com a criatura humana. Continue lendo “Deus que fala”

A beleza do perdão

Texto de Pe Alcides Marques, CP

Na oração do Pai-Nosso dizemos: “perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Nós pedimos que Deus nos perdoe na mesma proporção (do mesmo jeito) com que nós perdoamos aos outros que nos ofenderam. O interessante é que Jesus reconhece que os seus discípulos têm a capacidade de perdoar, senão ele não os ensinaria a rezar assim. Continue lendo “A beleza do perdão”

Advento e adventos, Natal e natais

Texto de  Pe Mauro Odorissio, CP

É do domínio de todos que “advento” significa chegada. Logicamente  refere-se a alguém ou a algo esperado. Mas, a todo discípulo do Senhor, a  palavra tem um emprego bem determinado: refere-se às quatro semanas que  antecedem a celebração do nascimento de Jesus. É um período litúrgico que deve  corresponder a etapas espirituais nos corações humanos, com reflexos no ser, no  agir e na vida das pessoas como tais e como engajadas na sociedade. Continue lendo “Advento e adventos, Natal e natais”

Promotores da Paz

Texto de Pe Alcides Marques, CP

Uma das bem-aventuranças de Jesus fala claramente de paz: “felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). O desejo do Senhor ressuscitado, quando aparece aos discípulos, é um desejo de paz: “a paz esteja com vocês” (Jo 20,19). É interessante observar que na bem-aventurança Jesus não fala em pacíficos no sentido de incentivar que as pessoas vivam em harmonia com todos. “Pacífico” diz muito pouco. Mas também não se refere aos pacificadores, àqueles que, graças ao seu poder e prestígio, impõem a paz na convivência social. Jesus não fala em pacíficos nem em pacificadores, mas em promotores da paz. Continue lendo “Promotores da Paz”