ANO DA FÉ

“Motu proprio” PORTA FIDEI – Bento XVI

1. A PORTA DA FÉ (cf. At 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Batismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos creem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.

Estamos no Ano da Fé – I

Por P. Alcides Marques, CP
Comentários do Motu Proprio Porta Fidei

A expressão latina “motu proprio” quer dizer “de própria iniciativa”. O papa escreve, algumas vezes, de própria iniciativa, textos que julga de fundamental importância para a vida e missão da Igreja. No dia 11 de outubro de 2012, Bento XVI fez publicar um com o título “Porta Fidei” (Porta da Fé). Na ocasião, foi proclamado o Ano da Fé, que vai de 11 de outubro de 2012 até 24 de novembro de 2013. Por que 2012? Porque neste ano comemoraram-se os 50 anos do Concílio Vaticano II (1962-1965). Por que precisamente 11 de outubro? Porque na data comemoraram-se os 20 anos de promulgação do Catecismo da Igreja Católica. Por que 24 de novembro de 2013? Porque é o domingo de Cristo Rei, último domingo do ano litúrgico. Continue lendo “Estamos no Ano da Fé – I”

Não em, mas para…

Por P. Mauro Odorissio, CP

Ao escrevermos o título desta reflexão, confessamos, desde já, que não estamos plenamente satisfeitos com a forma de seu enunciado. Contudo, esperamos que, no decurso da exposição, ele fique mais explícito, mais claro.

Na manhã da 1ª Segunda Feira da 1ª Semana do Advento, rezando as Laudes, detivemo-nos, na reflexão da chamada Leitura breve: “Vamos subir ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que ele nos mostre seus caminhos e nos ensine a cumprir seus preceitos; porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a palavra do Senhor”. A passagem é de Is 2,3. Estávamos sós e pudemos nos deter à vontade e refletir. Continue lendo “Não em, mas para…”

Advento adventício

Por P. Mauro Odorissio, CP 

Somos os primeiros a estranhar o título que acabamos de dar às nossas considerações. Não seria uma tautologia, uma repetição que nada acrescenta? Não caímos numa intolerável mesmice? Adjetivar um substantivo com ele mento, adjetivá-lo com sua raiz semântica não seria negar a especificidade do adjetivo: modificar o substantivo? Não seria isso o máximo da redundância? Continue lendo “Advento adventício”

Vocação e vocacionados

Por P. Mauro Odorissio, CP

A Bíblia fala de vocacionados como Abraão, Moisés, os Apóstolos e outros mais. Todavia, é de se descobrir, no chamamento deles, a nossa vocação e a riqueza do chamado.

De uma maneira ou de outra, o que existe passou por um chamado: o mundo ao ser criado, a casa ao ser construída, o feijão ao ser preparado segundo esta ou aquela receita… As coisas, ou foram criadas do nada, ou foram alteradas, elaboradas, confeccionadas em existências diferentes. Tudo recebeu especial “chamamento”, especial “vocação”. E vão se realizando. Continue lendo “Vocação e vocacionados”

Não nos deixeis cair em tentação

Texto de P. Alcides Marques, CP

É o sexto desejo do Pai-Nosso. A tradução mais literal seria a seguinte: “não deixeis que as provações da vida nos derrubem”. Frequentemente, a palavra “tentação” é usada em um sentido muito superficial. Tentação seria alguém ou algo que nos atrai ao pecado. Diz-se, por exemplo, que uma pessoa excessivamente bela seria uma tentação, assim como determinados alimentos ou bebidas. Acontece que não são coisas ou pessoas exteriores que nos tentam, mas a maneira como nós as olhamos. Continue lendo “Não nos deixeis cair em tentação”

Dai-lhes, Senhor, o eterno repouso

Por P. Mauro Odorissio, CP

Assumindo a dor deixada pela morte, mas, iluminando-a pela esperança que fundamenta a certeza de que a grande realidade se concretiza a partir de então, a Comunidade, súplice, roga ao Pai: “dai-lhes, Senhor, o eterno repouso”. Nesse momento, os olhos corporais, mesmo obnubilados pela dolorosa ausência do ente querido, à luz da fé descortinam a realidade da vida definitiva. Continue lendo “Dai-lhes, Senhor, o eterno repouso”

Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos…

Texto de P. Alcides Marques, CP

É o quinto desejo do Pai-Nosso. Nós precisamos do perdão de Deus, todos os dias de nossa vida. Mas precisamos também perdoar e ser perdoados. A tradução literal de pecado é “errar o alvo”. O pecado é um erro de direção: miramos o alvo e a flecha cai ao lado. Sentir-se pecador é sentir que se perdeu o eixo da vida.  Continue lendo “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos…”