Cabeças duras

Texto de P. Mauro Odoríssio,CP

Estamos em Atos dos Apóstolos 7,51-8,1. No texto, Estevão se dirigia, ontem, aos líderes religiosos presentes e aos seus antepassados. Hoje, porém, é a nós que ele fala como porta voz do Espírito Santo. As palavras são duras; mas é bom sermos sacudidos para que saiamos de nossa possível letargia, de uma pseudo vida religiosa, estagnada, farisaica, que não soma e só compromete: “Homens de cabeça dura, de coração e de ouvidos incircuncisos. Vós sempre resistis ao Espírito Santo…” (At 7,51). Continue lendo “Cabeças duras”

Defesa da vida

Texto de P. Alcides Marques,CP

“Em vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Este versículo do evangelho segundo João deveria ficar gravado para sempre em nossas mentes e corações. A missão de Jesus é construir a vida em plenitude para todos. Muitas pessoas se contentam em viver pela metade, viver mais ou menos. Mas Jesus deixa bem claro: é vida em abundância. Continue lendo “Defesa da vida”

Conhecer e conhecer

Texto de P. Mauro Odoríssio, CP

Cedo, o cristianismo se abriu a todas as gentes, atendendo ao apelo do Mestre: “Ide, fazei discípulos meus todos os povos…” (Mt 28,19). Os enviados, logicamente, eram portadores de uma nova mensagem salvífica, desconhecida por seus ouvintes. Estes, por sua vez, eram iluminados por diferentes modos de pensar. Era inevitável um encontro dialético, com enriquecimento mútuo e possíveis choques. É o que nos apresenta a 2ª leitura do IIIº Domingo de Páscoa (1Jo 2,1-5).

Continue lendo “Conhecer e conhecer”

Eucaristia e serviço

Texto de P. Mauro Odoríssio, CP

Em artigo para a revista “UNIDADE”, da diocese de São Carlos, recordamos que a Instituição da Eucaristia é ponto alto da Semana Santa a iniciar em de abril. Ajuntamos ainda que, a melhor compreensão daquele mistério exige distingui-lo da devoção eucarística. A Eucaristia é de origem divina e é essencialmente comunitária. A devoção eucarística (horas santas, visitas ao Santíssimo, bênçãos, procissões eucarísticas) é de procedência humana e é mais pessoal, particular. Continue lendo “Eucaristia e serviço”

Essen und fressen

Texto de P. Mauro Odoríssio, CP

É precisamente como você entendeu: “comer e comer”!

A nós, quando crianças, nossos pais nos ensinavam a “comer com modos”. E nos passavam tantas regrazinhas aborrecidas. Experientes, sabiam que há uma diferença enorme entre o que é parecido. As coisas mais “iguais” podem ser muito distintas, quando não, diversas. Iiiihhh!!!… Não vamos falar do que é distinto e do que é diverso.

Continue lendo “Essen und fressen”

Sinfonia da vida

Texto de P. Alcides Marques, CP

Se há uma lição que devemos aprender da vida, é que a mesma é movimento, mudança, transformação. E isso é da própria essência da vida. Querer uma vida sem mudança, é o mesmo que não querer viver. Dizer não à vida, é dizer não a Deus. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Continue lendo “Sinfonia da vida”

Justiça: não prejudicar

Texto de P. Alcides Marques, CP

Quarta bem-aventurança: “felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”. O grande ensinamento é que a justiça deve sempre prevalecer nos relacionamentos humanos. A justiça se fundamenta no reconhecimento de que todos nós compartilhamos da mesma dignidade e, por isso, temos os mesmos direitos. Ser justo é não prejudicar: não prejudicar os outros e não prejudicar a si mesmo. Prejudicar os outros para se beneficiar é egoísmo. Prejudicar a si mesmo para beneficiar os outros é masoquismo, gostar de sofrer.

A bem-aventurança fala em “fome e sede”, o que, em outras palavras, significa um desejo intenso. Felizes aqueles que desejam intensamente que a justiça prevaleça. Prevaleça sempre, em todos os momentos e lugares; na sociedade, nas famílias, em todos os relacionamentos; para todas as pessoas. “Fome e sede” significam amar a justiça desde dentro do nosso ser.

Continue lendo “Justiça: não prejudicar”

São José, o santo silencioso, mas…

Texto de P. Mauro Odorissio, CP

Os seres humanos se reúnem em grupos que os caracterizam pelas idéias que abraçam, pelos objetivos que assumem, pelos serviços que prestam: partidos políticos, sindicatos, clubes… Além de nomes, têm bandeiras, cores, sinais que os identificam.

Também os países têm representações que lhes são próprios. Assim, além da bandeira, do brasão, das cores e do hino pátrio, desde 1961, o Brasil tem um símbolo nacional: o ipê amarelo. A planta é conhecida em todas as regiões e se impõe por sua beleza.

Países, cidades e paróquias possuem patronos, são dedicados a mistérios da redenção, a Santos ou Santas… São os oragos ou titulares, os protetores que sugerem e iluminam uma linha de vivência cristã. Os brasileiros, por exemplo, se reúnem sob o manto de Nossa Senhora Aparecida.

S. José é o padroeiro de muitas cidades, de muitas paróquias, de muitas pessoas que trazem o seu nome. Existem devotos, muitíssimos, por sinal, que por eleição pessoal o escolheram como o seu santo de devoção. 19 de março é festa de S. José e ele será especialmente venerado, cultuado.

Continue lendo “São José, o santo silencioso, mas…”

Choro: a difícil arte de aprender com as perdas

Texto de P. Alcides Marques,CP

Terceira bem-aventurança: “felizes os que choram, porque serão consolados” (Mt 5,5). Ou também “felizes os aflitos”. O choro é o resultado natural de uma experiência de perda, melhor dizendo, de uma forte experiência de perda. É a manifestação corporal da emoção da tristeza. Qual é o ensinamento da bem-aventurança? São vários. Aprendam com o choro, aprendam a vivenciar profundamente todas as grandes perdas que a vida impõe. Aceitem as perdas, reservem um tempo para chorar por elas. Não fujam dessas experiências aparentemente negativas. Só podemos superar uma perda, quando a vivenciamos totalmente. “Felizes… porque serão consolados”.

Continue lendo “Choro: a difícil arte de aprender com as perdas”

Quaresma: Nós pregamos Cristo Crucificado

Texto de P. Mauro Odoríssio,CP

Refletimos, no ciclo natalício, o tema PLENITUDE DO TEMPO (Gl 4,4). Encerrado esse período litúrgico, começa um outro: a Quaresma que, logicamente, se vincula à Páscoa. Meditaremos, então, com toda a Igreja, um tema central na mensagem cristã: a Paixão de Cristo. Tão central que Paulo, aos judeus que pediam portentos, milagres, instalação do reino triunfal do Messias, e aos gregos que queriam a sabedoria, a auto-suficiência humana, anunciava Cristo, e Cristo Crucificado, escândalo para aqueles e loucura para estes. Todavia, para os eleitos, ele é a força, a sabedoria de Deus (1Cor 1,22-25). Por quê? Continue lendo “Quaresma: Nós pregamos Cristo Crucificado”